Leitura Orante: com a introdução ao Livro da Vida, de Santa Teresa de Jesus.
A oração no Carmelo (livro Mariano Cera)
A Oração carmelitana
O caminho do método da oração carmelitana é o mais simples de todos. “Quando o coração reza sempre responde: “A oração é um íntimo diálogo de amor com Aquele que sabemos que nos ama” (Santa Teresa). ou "um olha olhar lançado para o céu, um desabafo do coração" (Santa Teresinha)."Procurai lendo e encontrareis meditando; batei orando e abrir-se-vos-ão contemplando"(São João da cruz).
Na regra carmelitana a atualidade da oração se baseia no cristocentrismo, que está bem sintetizado no “viver” em obséquio de Jesus Cristo.
O que é oração?
Para Sta Teresa existe uma exigência essencial antes de aprofundar a oração: a pureza de coração.
A pureza de coração não é o vazio, mas o amor de Deus que inclui o amor de si mesmo.
Um só apego humano pode obscurecer a nossa visão ou o encontro com Deus. Aqui está á raiz de toda dificuldade da oração.
Para realizar uma profunda vida de oração precisamos ser capazes de colocar Deus acima de tudo e de todos.
A oração cristã é, portanto essencialmente trinitária, cristiforme e filial, diálogo de filho com o Pai, por cristo no Espírito Santo. Diálogo escuta silêncio.
A oração então é antes de tudo diálogo e comunicação entre Deus e o ser humano, onde o centro não somos nós, mas Ele. Ele e nós assim a oração se torna amizade.
Outro aspecto mais profundo da oração é a escuta:
É necessário fazer silêncio, transparência, crescer a verdade dentro de nós.
A oração é antes de tudo tarefa do coração, consiste no querer sempre e acima de tudo, a vontade de Deus. O verdadeiro caminho da oração é a vida!
Orar com Fé:
A quem reza para pedir Jesus exige antes de tudo a Fé. ”Tudo o que vocês na oração, pedirem com Fé, vocês receberão” (Mt 21,22)
A Fé é a chave da oração:
“Tudo o que vocês pedirem na oração acreditem que já o receberam” (Mc 11,24)
Jesus disse: “Peçam e lhe será dado” (Lc 11,9)
Mas, ás vezes, Deus demora para responder. Isso é bom, porque assim os problemas vão amadurecendo, a humildade cresce, a Fé se fortalece.
Não é Deus que tem necessidade de existência, mas somos nós que temos necessidades de cura.
“O amigo importuno”(Lc 11-5, 8)É a mais bela parábola de Jesus sobre a constância de oração.
Perdoar antes de rezar:
A oração é o Amor de Deus que nos toca. Mas se o nosso coração não está aberto á caridade, Deus não nos pode atingir.
Para Jesus, o perdão é como uma introdução à oração, sem caridade não existe oração verdadeira.
Orar com os outros e pelos outros:
Jesus ensinou a orar sempre no plural. A oração modelo do “Pai nosso” está no plural. Jesus ouviu muitas súplicas “no singular”.
Mas quando nos ensina a rezar nos diz que devemos rezar “no plural”, rezar com outros e pelos outros, assumir a necessidade dos irmãos. Este é o ensinamento específico de Jesus sobre a oração
A oração do coração:
A oração do coração é colocar- se com simplicidade diante de Deus, em um profundo silêncio interior, deixando de lado palavras, pensamentos, imaginações... abrindo, a Ele o íntimo mais profundo do nosso ser, esforçando-nos somente em amar. "Tudo está no amor” Para mim a oração – disse Sta Teresa do menino Jesus – "é um ímpeto coração, um simples olhar em direção ao céu, um grito de gratidão e de amor tanto na provação como na alegria.”
As condições da oração:
A Oração é relação com Deus. Por isso, a primeira exigência para ter tal relação é a capacidade da escuta.
Silêncio é dar espaço a uma voz... é, ter capacidade de acolher.
“Muitas vezes, somente o silêncio é capaz de expressar a minha oração”.
“A humildade é a porta da oração ”(Sta Teresa de Jesus)
Humildade, desprendimento, em constante oração. São estas as condições, prévias da oração segundo Sta Teresa.” Todo o bem da oração fundamenta-se na humildade”
Linhas de Sínteses que brotam da finalidade da Oração:
A oração é um momento privilegiado no qual se celebra o encontro com o Deus. A oração celebra e manifesta nossa vida de Aliança com Deus.
Eis agora três orientações pedagógicas que se referem aos conteúdos da oração:
a. Orar a Palavra, “eucaristizar” a oração. Já que a oração supõe escuta e resposta, ela nos educará a adotar aquelas atitude características de Jesus e da Igreja; maravilhosamente sintetizadas na oração eucarística centro e norma de toda oração cristã.
b. Orar a vida, A múltipla relação que temos com “os outros”. Em Deus e em nós. Assim exige nossa vida e o desejo de examinar á luz de Deus quanto somos e o que fazemos, para que todo o nosso ser e agir se convertam, na presença de Deus e iluminados por sua Palavra, na história da salvação. Este principio requer simplesmente que façamos entrar na oração a nossa vida cotidiana. Ás vezes não é necessário usar muitas palavras. Basta levar nossa oração silenciosamente á uma determina situação e pô-lá, com confiança diante de Deus.
c. Viver a Oração, O itinerário formado da oração de conseguir alcançar aquela, harmonia que se chama “unidade de vida” e que forma uma ponte contínua entre a experiência cotidiana que se recolhe a se celebra na oração e o viver de cada dia, para o qual a oração também serve de ponte. A oração, de fato, nos recorda que o verdadeiro encontro com Deus alcançado na oração. Deve continuar iluminando toda experiência, todo o compromisso, todo encontro, para conseguir viver sempre em sua presença.
Método Teresiano:
O método teresiano está em coerente relação com seu conceito de
oração: “trato amigável no qual a alma fala muito intimamente com
aquele que conhece o seu amor por ela”. Vejamos em particular:
A. A preparação consiste em colocar- se na presença de Deus orientando-
se em direção a Ele com um bom pensamento;
b. Para convencer- se do amor como tema de Deus por ela, a alma
escolhe como tema de reflexão uma verdade da fé capaz manifestar
este amor por isso se dedica á leitura de uma passagem apropriada;
- O agradecimento, com o qual, depois de haver ao Senhor que o amamos, manifestamos a ele nosso reconhecimento por todos os benefícios dEle recebidos;
- a oferta a qual, convictos de haver recebido tanto, procuramos retribuir o melhor possível apresentando ao Senhor qualquer bom propósito, coisa que sempre será bom fazer para terminar a oração;
- a súplica, com a qual, convencidos de nossa pequenez e fragilidade, imploramos a ajuda de Deus.
Portanto, o método teresiano se compõe de sete partes:
- duas introdutórias: a preparação (presença de Deus) e a leitura;
- duas substanciais: a meditação e o colóquio;
- três facultativas: agradecimento, oferta, súplica.
Texto extraído: livro A oração no Carmelo (Mariano Cera)
Se todos os dias formos fiéis a este caminho de oração,
em pouco tempo a nossa vida será transformada, comprometida.
“Na realidade, a oração é um descanso, um repouso. É aproximar-se com toda a simplicidade daquele que se ama. É permanecer junto a ele como um filhinho nos braços de sua mãe, num abandono do coração”
(Beata Elizabete da Trindade).
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